terça-feira, julho 24, 2007

Festa dos Tabuleiros 1999

Cheguei a Tomar na sexta feira como de costume, era o inicio do último fim de semana da Festa dos Tabuleiros que terminaria na segunda feira seguinte.
Liguei à Eliana para eu ir buscar um livro e uns CD’s que lhe tinha emprestado, combinámos encontrarmo-nos à entrada do prédio dela antes de eu ir beber café com os meus Amigos, quando a vi pessoalmente disse-lhe tudo aquilo que devia à muito ter dito…e não poupei criticas à forma como tudo acabou…acabar por telefone já era o suficiente mas, argumentando que lhe tinham dito que eu tinha outra em Lisboa, essa era demais!!!
Ao chegar junto dos meus Amigos, o Zé Pedro dirige-se a mim e diz….”Amigo precisamos de conversar”, “Amigo eu já era para te ter contado isto mas… até eu ter tido a certeza… preferi não te contar nada, porque eram só suspeitas… até eu ter visto com os meus próprios olhos, a Eliana anda metida com aquele tipo que trabalha no Lá Calha” ao que eu respondo “Não te preocupes Amigo porque já está tudo acabado! Eu já suspeitava disso… mas o engraçado foi ela acabar comigo por telefone argumentando que eu tinha outra em Lisboa, quando na realidade ela é que me andava a trair…”
Todos eles me deram um grande apoio, demonstrando toda a sua Amizade….se fossem outro tipo de amigos diriam, agora vai ter com ela porque há uns tempos mal te lembravas de nós…mas não, todos eles sem excepção deram-me o seu apoio ajudando-me a superar esta fase menos boa.
Bebemos o nosso café como de costume no Willi’s e depois fomos ver as ruas ornamentadas que eram abertas ao público nessa noite.
Acabei por me cruzar com ela, mas foi-me um pouco indiferente, pois o que havia entre nós já tinha acabado à muito…acabou por ser um alívio o fim deste filme…
No dia seguinte encontrámo-nos para beber café como habitualmente fazíamos, o Pedro e o Miguel desafiaram-me então para irmos mandar um mergulho ao rio Zêzere e no final do dia irmos petiscar a Cem Soldos, ao café que os pais da Sónia estavam a explorar.
Assim foi, lá fomos mandar uns mergulhos e nadar no Zêzere para abrir o Apetite… fomos no carro do Pedro, depois seguiu-se a petiscada, umas moelas e umas imperiais…
À noite fomos beber um copo com o restante pessoal…foi nesta altura que ouve uma “fusão” dos Amigos do David com os Amigos do irmão (Miguel), frequentávamos o mesmo café, jogávamos matrecos uns com os outros… Eu e o Pedro normalmente só metíamos a 1ª chapa 50 escudos…eu jogava à baliza e o Pedro à frente….em cada 10 bolas dominadas com o atacante esquerdo, nove eram golo…bastava eu conseguir defender algumas bolas….
No Domingo dia do cortejo eu voltei a andar de Scooter pois era a única forma de entrar na cidade…ao chegar à barreira policial disse que ia deixar a Scooter na garagem de um Amigo (Miguel) e lá me deixaram passar!
Este era o 1º ano em que um de nós ia levar tabuleiro….o Marco e a Andreia foram os corajosos! Afinal eles pesam cerca de 17Kg e se houver vento….não é nada fácil mantê-los direitos uma vez que eles têm a altura da pessoa que o transporta…
Tudo correu bem e eles conseguiram, chegar ao final com o tabuleiro intacto!
À noite fomos ver o fogo de artifício, a sogra do Miguel tinha levado a já tão famosa Tarte de Amêndoa para os Amigos dele….DELICIOSA é apenas o que posso dizer e o fogo de artificio também foi muito bom!

quinta-feira, julho 05, 2007

O virar da página

No início de Julho estava sensivelmente a meio da época de exames, eu estava matriculado a 5 cadeiras, Probabilidades e Estatística, Análise Numérica, Estática, Analise Matemática III e Investigação Operacional, das quais apenas podia chumbar a uma para não correr o risco de prescrever. A PE já estava chumbado…o que me obrigava a passar às outras 4!

No dia 5 de Julho de 1999 tinha acabado de me levantar… já um pouco tarde, cerca das 11h…depois de uma noitada de estudo intenso para a cadeira de Estática, eis que me deparo com a mãe do cromo…o dia não começou bem…mas não ia ficar por ai… Algum tempo depois recebo uma chamada da Eliana a dizer que estava tudo acabado, que lhe tinham contado que eu tinha outra em Lisboa, o que de modo algum era verdade! Apesar do nosso relacionamento não estar bem já há algum tempo e de terem surgido oportunidades para a trair, eu não o fiz por uma questão de principio, se o fizesse, mais do que a estar a trair, estaria a trair-me a mim próprio!!

No momento fiquei um pouco abalado com a situação porque havia sido apanhado de surpresa…quando saio do quarto encontro o Bruno, que faz uma referencia à presença da mãe do cromo, eu respondo-lhe algo do tipo “hoje o dia não podia estar a correr pior…”, combinámos então ir almoçar a Belém para não termos que aturar a mãe do cromo.

Durante a viagem ele notou que eu não estava no meu estado normal e perguntou-me o que se passava…eu a muito custo lá lhe contei o que se tinha passado…

Depois de almoçarmos o belo do “frango à Visconde” fomos beber café aos Pasteis de Belém onde conversámos imenso sobre o que se havia passado…ambos sabíamos que este desfecho era inevitável…embora nunca esperando que acabasse por telefone…

Quando chegámos a casa reparámos que estávamos a sós, fomos então até ao escritório do cromo onde estava o computador…recordo-me do Bruno dizer para me sentar no sofá e prestar atenção….entretanto já a “One” tocava bem alto! “Esta é para te puxar para cima Amigo!”

A "Descoberta" de Lisboa

Foi durante este período que eu comecei a estar mais tempo em Lisboa, ia de boleia com o Bruno à segunda de manhã e regressava com ele na sexta à tarde depois de comermos qualquer coisa, viajávamos quase sempre ao som dos Silence 4.
Às quintas à noite começamos a ir beber um copo…normalmente íamos até às Docas de Santo Amaro…o meu local preferido era sem dúvida o Irish onde costumavam estar uns tipos a tocar musica ao vivo…o ambiente era muito acolhedor e a música ainda melhor…recordo-me de tocarem a “With or Without You”, a “Angel of Harlem” e a belíssima “One”…as conversas também eram muito boas, sobretudo aclaravam-me as ideias em momentos mais conturbados…outras quintas íamos até ao Dock’s beber um copo...
As nossas conversas já tinham passagem “obrigatória” pelo meu relacionamento, ou o que restava dele…eu já só pensava em colocar um ponto final naquilo que não passou duma paixão louca… mas não o queria fazer sem antes as provas globais dela terminarem, para não ser “acusado” dos maus resultados que pudessem advir dessas provas…
As coisas entre nós tinham chegado ao fim, já mal nos beijávamos, conversar…era quase impossível, as nossas diferenças eram mais que muitas…houve apenas uma atracção muito forte...

Os pasteis de Belém

Nesta altura já o meu Grande Amigo Miguel estava a jogar comigo no FZZ…eu apenas treinava à sexta e jogava ao Domingo, tal como tinha acontecido na época anterior… Ás sextas depois do treino eu ia ter com a Eliana a casa dela, jantava com ela. Mas devido aos atritos existentes da sua parte com os meus Amigos… combinámos eu deixa-la junto das suas amigas e eu ia ter com os meus, muitas foram as noites passadas no Peripécias Bar ou no Lá Calha (Eu, o Miguel, o Zé Pedro e o Girão) …quando um de nós queria ir para casa ligava ao outro e eu ia busca-la e pô-la a casa…
Nesta altura, no nosso namoro já não havia paixão e o Amor acabou por nunca chegar… eram tantas as situações de atrito…., começou por ser os amigos, depois os ciúmes e por fim a falta de Verdade... se há coisa que eu detesto são as mentiras…havia-me dito que tinha deixado de fumar…o que não aconteceu, o problema não era fumar, mas sim o facto de o esconder de mim, eu sabia perfeitamente que continuava a fumar…
Finalmente tinha começado a criar raízes em Lisboa, tinha feito um novo GRANDE AMIGO, que era o que me faltava em Lisboa para poder começar a gostar de lá estar…rapidamente o Bruno se tornou num d os meus GRANDES AMIGOS, tínhamos várias coisas em comum… normalmente combinávamos às 16:30 à porta dos “Pasteis de Belém” para bebermos um café e comer um pastel….eu saía das aulas às 16.
Durante o café, falávamos dos mais diversos temas, futebol…SLB, claro! Cinema, politica, religião, actualidades e também do momento pelo qual eu estava a passar...
Posso dizer que ele e o Miguel foram os meus pilares nesta altura da minha vida... sem querer esquecer todos os outros que me ajudaram, eles foram quem mais de perto viveram o que eu vivi…o Miguel sempre foi uma espécie de “irmão”, somos bastante parecidos…e o Bruno o meu lado racional...sempre a tentar-me trazer à terra…sim porque eu viajo muito, sempre com o pensamento bem longe...

quarta-feira, julho 04, 2007

Um inicio atribulado

O inicio do novo ano lectivo foi bastante atribulado… o Nuno havia falado com a mãe do cromo que queria comprar casa e depois mudar-se… ela disse-lhe que podia ficar até encontrar casa, no entanto o pai do cromo já havia falado com alguém para ir ocupar o quarto que pensaria ele estar vazio….o que só provava que não existia dialogo entre os 2….
No inicio de Outubro quando regressei a Lisboa conheci o novo colega de casa, o Bruno a quem apenas indicaram qual era o nome da rua, o nº de porta e o andar…não tendo a cortesia de lhe mostrar a casa e dar a conhecer as pessoas que com ele iam viver…
Até o cromo regressar a Lisboa o Bruno ficou a dormir no quarto do cromo, pois era o único vazio…
Rapidamente se gerou uma forte ligação entre mim o Bruno e o Nuno, pois tínhamos vários interesses em comum, era frequente ir até ao café onde passávamos imenso tempo a conversar…no fundo estávamos a criar as bases para uma verdadeira Amizade…
Em Novembro o cromo começava as aulas…e isso obrigava a uma reorganização na casa…o Bruno acabou por ter de ficar a dormir um mês no sofá…os atritos com o cromo já vinham de trás e com toda esta situação acentuaram-se…em casa eram 3+1… Depois do jantar enquanto o cromo ia para o PC nós aproveitávamos para ir beber um café ao Jardim dos moinhos no Restelo, quando chegávamos a casa tentávamos não fazer barulho e íamos até ao quarto do Nuno jogar uma cartada…tudo era feito à margem do cromo…
Rapidamente chegou Dezembro e o meu 21º aniversário…o jantar comemorativo foi em Tomar na “Flor do Nabão” mais conhecido por “Fernando” onde reuni todos aqueles que me eram mais próximos...

terça-feira, julho 03, 2007

Ano lectivo 97/98

Em finais de Setembro lá ia começar um novo ano lectivo, que com a reestruturação do curso me fez voltar ao 1º ano…com a troca de uma cadeira que era do 1º ano para o segundo e vice versa, trocaram Análise Numérica que era do 2º por Mineralogia e Geologia do 1º desta forma acabei por ficar com 5 cadeiras do 1º Ano ficando assim matriculado novamente no 1º ano…
Em Lisboa acabaria por voltar a ter um grande Amigo a partilhar casa comigo, o meu Amigo Nuno Graça Dias decidiu ir para a ETIC fazer um curso de 1 ano e ficou a partilhar casa comigo e com o cromo.
No FZZ não foi fácil conseguir impor-me como titular…após ter passado alguns jogos no banco acabei por agarrar um lugar no 11 como “trinco”…e as boas exibições fizeram com que me tornasse num jogador importante na excelente recuperação que tivemos na 2ª volta, depois de acabarmos a 1ª com apenas 5 pontos…. Eu considero que foi graças ao regresso do Paulo Leonardo à competição, ele era um bom jogador tecnicamente, mas acima de tudo um líder dentro de campo, que com toda a sua experiência nos ajudou…. A mim em particular foi muito bom ter jogado ao lado dele, aprendi muito ao jogar ao seu lado…
A minha relação nesta altura começava a dar os primeiros sinais de fracasso…
No meu 20º aniversário, a Eliana conseguiu arranjar atritos com os meus Amigos que sempre a tentaram integrar no grupo…

segunda-feira, julho 02, 2007

O 1º Concerto de U2

O início de Setembro começou com muita ansiedade…estava perto de realizar um dos meus sonhos juntamente com os meus Amigos de sempre. Eu, o Miguel, o Zé Pedro, o Girão e o Pedro já tínhamos bilhete para o nosso 1º concerto dos U2…o dia do concerto parecia não chegar…
Finalmente era dia 11 de Setembro de 1997, a aventura estava prestes a começar…mas acabaria por ser apenas uma aventura a 4, já que o Pedro por causa do futebol não pode ir…
Era quinta-feira, apanhámos o comboio logo pela manhã em Tomar com destino a Lisboa, chegados a Santa Apolónia apanhamos o 28 para irmos para o Restelo, local onde morava na altura com o cromo…
Chegados ao nosso destino, já só pensávamos em almoçar…o problema foi conseguir entrar em casa…o cromo tinha posto a corrente do lado de dentro da porta…tocámos uns bons 15 min à campainha sem que ninguém abrisse a porta, eis que aparece o cromo de roupão à porte e exclama “pensava que vinhas mais tarde…” o pessoal tratou de se instalar e eu fui directo para a cozinha fazer qualquer coisa para almoçarmos… estava eu na cozinha quando ouço o Girão e o Zé Pedro a rirem como uns perdidos, quando o Miguel me conta que estava a mala de uma rapariga na sala…aí percebi o porquê da corrente…
O cromo e a namorada almoçaram com o pessoal, eu nem sabia que ele tinha namorada…acabados de almoçar eram horas de irmos para o estádio de Alvalade, ainda tínhamos que tentar vender o bilhete do Pedro…estava um transito infernal e o carro não era propriamente muito espaçoso…também éramos 6 num carro para 4 pessoas… ia o cromo a conduzir, a namorada ao lado, e atrás ia Eu, o Miguel, o Girão. O Zé Pedro ia ao nosso colo, seguíamos pela 2ª circular…saímos para o Campo Grande mas aí era impossível estacionar…o cromo como tinha que deixar a namorada em Entre Campos decidimos tentar estacionar aí e depois apanhar o metro…foi o que aconteceu, havia um arrumador a indicar-nos um lugar, quando saímos do carro fizemos uma vaquinha que deu aí uns bons 500 escudos, o arrumador só dizia, “não vou sair daqui, quando chegarem o carro vai estar aqui impecável….”
Chegados ao Campo Grande tentámos vender o bilhete pelo preço de custo, não sei se este chegou a ser vendido…às 17h abriram as portas e lá fomos nós, descemos pela bancada sul em direcção ao relvado, sentámo-nos onde havia espaço, estaríamos a meio do estádio…passado algum tempo passou uma senhora a vender queijadas de Sintra, mas nessa altura ainda não tinha fome…algum tempo depois a fome já começava a apertar…e a sra das queijadas nem vê-la… pouco depois voltou a passar e aí sim comprei as tão desejadas queijadas.
Por volta das 19:30 houve um falso alarme de que iria começar, o que permitiu que conseguíssemos ficar a uns 5 metros do palco…
Quando os Placebo começaram a actuar uma chuva de assobios se fez ouvir… não se conseguia perceber se era um vocalista se uma vocalista…tinha aspecto de homem no entanto a voz estridente, queria parecer a de uma mulher…
Todos nós queríamos escutar os U2….e quando os Placebo terminaram um enorme aplauso se fez ouvir por cerca de 70.000 pessoas….o escutar da Popmusic fez-me sentir um arrepio na espinha…estava prestes a iniciar-se uma noite memorável que teve o seu auge já na segunda metade do concerto quando tocaram a “Pride” e o publico todo cantou juntamente com a banda ao ponto de no fim da canção o Bono se ajoelhar quase à minha frente e fazer uma vénia a todo o estádio…foi um momento brilhante, onde as emoções eram mais que muitas, terminaram o concerto com a “Wake up dead man”, tocaram até ao verso “I'm alone in this world” e desapareceram….à saída comprei um poster do Ratle&Hum a una espanhóis…ainda encontramos a Sónia e a Rosa mas cada um seguiu o seu caminho, as minhas pernas ainda estavam a tremer…