99/2000

O ano lectivo 99/2000 começou de uma forma bastante louca….o Cromo fazia parte da comissão de praxe da Faculdade de Arquitectura, na primeira semana de aulas fui ao “Rally das tascas” organizado por eles, eu e o Bruno acabámos também por ir com ele ao Chiado ter com um grupo de colegas que estavam à espera na “Brasileira” antes de rumarmos ao Bairro Alto…quando chegamos uma tipa (Ana) virou-se para nós e disse “Vocês são caloiros?” nós respondemos em uníssono “temos cara disso?, tu deves ser do segundo ano…”, ela embaraçada perguntou-nos o que estudávamos…quando eu disse que estudava Engenharia Civil…passou a chamar-me Sr. Engenheiro, só para me picar (coisa de Arquitectos). Seguiu-se uma noitada no Bairro que terminou no “Kremlin” numa festa organizada pelo IST…só me lembro da Ana se virar para mim e dizer “como é que isto se dança? Já que é uma festa de Engenheiros”, Eu respondi que estava à espera que ela me ensinasse a dançar…
Todas as semanas nós os 3 levávamos uma garrafa de qualquer coisa para Lisboa, havia sempre um dia da semana em que fazíamos uma jantarada lá em casa, normalmente era a Catarina (prima do Cromo) que ia lá jantar a casa, outras vezes a cunhada dele – a Sara que ele tentava à força “empurrar” para cima de mim…Numa terça-feira enquanto fazíamos o jantar o Bruno e o Cromo começaram a beber uns shots de vodka eu ia bebendo moscatel enquanto cozinhava, enquanto eu fiquei a terminar o jantar eles foram comprar vinho para o jantar, neste espaço de tempo ainda deu para ligar à minha amiga Catarina…eu liguei para a amiga dela que tinha Optimus e começamos na conversa…às tantas eu a pensar que estava a falar com a Catarina, já estava a falar com a amiga dela a Ana…Eles chegaram e fomos jantar, depois de um jantar bem regado, tivemos a ideia de ligar para uma das linhas gratuitas creio que o SOS Solidão ou algo do género, o Bruno foi o escolhido para ligar, a escolha não podia ter sido melhor…ele inventou uma historia extraordinária…que a namorada dele o tinha trocado…mas por uma mulher! Do outro lado da linha a pessoa que falava com ele dizia “sabe…são os tempos modernos” e o Bruno ripostava, “pois… já atingiu o patamar mais elevado com os homens…”, a conversa foi-se estendendo ao longo do tempo, até ao momento em que a outra pessoa tentava fazer com que a chamada acabasse…mas o Bruno diz “isto, estão aqui a falar com uma pessoa durante 5 minutos e depois despacham-na, no outro dia vêem nas noticias que alguém se atirou da Ponte 25 Abril ou saltou na boca do inferno…”, a outra pessoa responde “não sei se sabe, mas já estamos a falar há uma hora…”, depois disto o Bruno despede-se, porque também já se ouviam alguns risos…era impossível não rir com toda aquela história! Seguiu-se uma bela noitada no Dock’s, era Lady’s night e estava uma fila enorme para entrar, nós passámos ao lado e quando chegamos à porta dizem simplesmente “Boa noite”, eu nunca imaginei que conseguíssemos entrar daquela forma, ainda por cima no estado em que estávamos os 3!
Nessa noite voltei a tocar num cigarro, coisa que já não acontecia desde o secundário. Eu e o cromo fumámos o tabaco todo do Bruno e ainda fomos comprar um maço…
Nesta senda de noitadas, seguiu-se uma ida às Caldas da Rainha, onde fui ter com o Luís e a Catarina que lá estavam a estudar, jantei com eles e fomos beber um copo para eu ficar a conhecer a noite das Caldas…
Uma semana depois o destino era outro…Coimbra a cidade que me viu nascer! Havia combinado com o Neto ir lá ter com ele e conhecer a noite de Coimbra… Apanhei o comboio e lá fui eu até Coimbra, cheguei numa quinta feira por volta das 19h, subi até ao “Cartola” para me encontrar com o Neto, o Marco Trindade e o Zé Ricardo, depois fomos jantar a uma tasca onde bebíamos girafas a 160$, daí fomos até ao “Buraco Negro” onde acabei por encontrar mais alguns amigos, era um espaço que adorei não só pelo ambiente como também pela música que passava….acabámos a noite na “Via Latina” a comer umas bifanas maravilhosas!
Esta é daquelas noites que é impossível esquecer!
Das noitadas Lisboetas com o Bruno nasceu um CD com os temas que usualmente ouvíamos no Dock’s intitulado pelo DJ PF&CA DOCK’S CLUB “the night sessions”.
Esta foi uma fase muito criativa…no balneáreo do FZZ nasceu um novo semanário desportivo intitulado “RECOLA”. Este foi criado por mim, pelo Miguel Alves e pelo Pedro Anjos, que todas as sextas à tarde antes do treino criávamos o jornal do nosso balneário, comprávamos uma cartolina onde colávamos o titulo que era uma junção do jornal A Bola e do Record, adicionávamos um titulo recortado desses mesmos jornais que correspondessem ao que se tinha passado no último jogo, bem como a descrição do que cada um tinha jogado…depois havia uma secção dedicada à entrevista de um dos elementos do grupo, que era sempre um pouco polémica para apimentar a coisa…
O curioso era que a primeira coisa, que qualquer um fazia mal entrava no balneário, era dirigir-se ao placar onde estava previamente afixado por nós o Recola, o Recola foi um êxito que ajudou a fortalecer o espírito de Equipa, todos tentaram saber quem era ou eram os criadores de tal obra e só hoje com a publicação deste post é que ficarão a saber quem estava por detrás daquela brincadeira…